Diário do Quintal – Abiu Amarelo

Nos fundos da casa que habita o Tear, é guardado um espaço de cultivo de si e da terra, onde o encantamento da brincadeira faz brotar universos.

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Abiu Amarelo
03/03/2016

Quando caía a noite, a andorinha e o morcego se encontravam pra papear. Essa amizade curiosa, que mistura noite e dia, havia começado em meados do mês de junho, lá no norte do Brasil.

Enquanto a andorinha voltava para o ninho, o morcego saía da toca pra esticar as asas e saudar a lua. Um, acabara de jantar e comera uma dulcíssima sobremesa, o outro, ia em busca do café da manhã.

Esbarraram-se num voo distraído sob a densa folhagem de uma árvore de quase dez metros. Desculparam-se, apresentaram-se, e descobriram que tinham gostos em comum.

O que a andorinha buscava com o sol
o morcego, a noite viu.
Naquela frondosa árvore,
os dois comiam o abiu.

Era árvore bem comprida,
Que morava num quintal
O abieiro, popular no Norte
É nativo da Amazônia Central

Morcego e andorinha são espertos
e o papo, produtivo.
Aprenderam, que da semente
um óleo pode ser extraído

Esse óleo, eles disseram
cura até inflamação.
O abiu também ajuda
a sarar desnutrição

Era então no entardecer, que os voadores se encontravam pra colocar o papo em dia.
Além de dividirem o voo, o abiu que um comia, o outro também queria.

Abelha Mandaçaia.