Expedições peripatéticas com ginga carioca

cartografias dos passos e compassos do samba e da memória da cidade

Por Instituto Tear

Por onde Nosso Samba já Passou é um convite para se percorrer as narrativas da cidade do Rio de Janeiro, a partir das memórias do samba, é um convite aberto a vivenciar, sensivelmente, a mudança do espaço urbano e seu impacto em nós, e é também um convite a um abraço poético com a potência da cultura do povo negro e do samba carioca. 

Mas esse evento, que ocorre nesse sábado 16 de julho, não é apenas isso, mas a culminância de um processo, pautado pela vontade da partilha e da descoberta do que somos.  Desde abril de 2016 vêm acontecendo, no Pontão Tear, encontros de formação em Arte/Educação como Mediação Cultural, com representantes de coletivos, Pontos de Cultura e agentes culturais das regiões norte e sul da cidade do Rio de Janeiro.  Do encontro e reflexão desses participantes surgiu o Coletivo da Rota Rebouças, que propõe agora essa ação perambulante de mediação social e cultural.  

Ao longo dos encontros, discutimos o que é ser carioca e lançamos novos olhares sobre nossas ações, relações e fazeres pela cidade. Criamos algumas cartografias afetivas de reconhecimento dos  territórios onde praticamos nossas ações culturais e experimentamos juntos espaços e formas de habitar a cidade.  Percorremos as ruas tijucanas do Tear até a Praça Saens Peña desvelando os sentidos de sua história e de sua importância como terreno de convivialidade e produção de cultura no território.

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Seguimos com os nossos deslocamentos em expedições peripatéticas(*) pelos inícios e relevos do Rio. Passamos pela Fortaleza de São João na Urca, um dos marcos iniciais da cidade e expandimos nossas vistas aos desaterros do Rio, apreciando e poetizando os nossos relevos cariocas.  Além disso, com a mediação de Cláudio Honorato do Instituto Pretos Novos percorremos os caminhos da escravidão investigando vestígios de nossa ancestralidade. Num outro momento, ao som do surdo da Mangueira, acordamos e timbramos nossos tons e ritmos, ao comando de Mestre Georgie, abençoados por Carlota e Dona Zica.

Mas os percursos formativos não são apenas deslocamentos pelo espaço urbano, mas também um profundo mergulho estético reflexivo sobre o nosso fazer e nosso estar no mundo, como já entrevia nesse pequeno teaser que retrata um desses encontros…

Pontão Tear – Rota Rebouças from Instituto de Arte Tear on Vimeo.

Todas essas vivências e as respectivas mediações culturais, feitas pelos agentes de cada espaço, nos ajudaram a encontrar as senhas para a nossa  andarilhagem final.   Esse desfecho faz parte também da ação formativa Rota Rebouças, a segunda realizada pelo Pontão de Cultura e Educação Tear junto a coletivos e pontos de Cultura da cidade.

A oficina a céu aberto “Por onde nosso samba já passou” irá percorrer o bairro da praça Onze até o Largo do Estácio, em um percurso

Por onde Nosso Samba já passou é um evento em formato inusitado, por unir a ideia de uma oficina a céu aberto (tipo aulão) com atividades interativas de arte/educação. O trajeto que será percorrido rememora as ruas e histórias do samba carioca, reunindo as experiências do caminhar como ato poético.  Obras de Heitor dos Prazeres, as marchas e ranchos que compunham o cenário musical da Praça Onze, as memórias de Tia Ciata são alguns dos elementos a serem vivenciados ao longo desse encontro. 

Para dar gostinho de quero mais, partilhamos o documentário sobre Heitor dos Prazeres e sua morada, a lendária Praça Onze…

(*) Para quem não sabe, peripatético é um termo usado pelo Aristóteles para definir um método de ensinar passeando. Com essa inspiração seguimos com as nossas andanças.

Quer participar dessa última andarilhagem peripatética?
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(*) As ações do Pontão de Cultura e Educação Tear contam com recursos da Lei Cultura Viva (Lei 13.018/2014), definidos em edital público que lhe conferiu o reconhecimento como Pontão em 2014.  
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