Nos fundos da casa que habita o Tear, é guardado um espaço de cultivo de si e da terra, onde o encantamento da brincadeira faz brotar universos.

 

DSC02832

Árvore de Chiclete

30/10/2015

“Que tititi é esse que vem da Sapucaí?”. Alguém lembra desse samba enredo cantado no carnaval de 1987 pela Estácio de Sá?

E quem algum dia mascou um chiclete, já se perguntou do que ele é feito?

Mas o que um samba enredo tem a ver com o chiclete? Vou contar (escrever) uma pequena história pra vocês!

A palavra chiclete, muito utilizada no Brasil, tem sua origem na palavra chicle, junto com o diminutivo let, que vem do inglês. Chicle é uma palavra originária das matrizes linguísticas dos náuatle, povos nativos do sul do México, e oficialmente se escreve tzictli.

O tzictli é o látex espesso que sai dos ramos, frutos e tronco do zapote, árvore nativa do México e América Central, mais conhecida no Brasil como Sapoti, da família das Sapotáceas.

No século 19, empresários americanos queriam descobrir um substituto para a borracha e importaram grandes quantidades desse látex para suas experiências. O projeto fracassou, mas a borracha serviu para impulsionar uma outra grande indústria.

O americano Thomas Adams, mascou um pedaço do látex de sapoti e gostou! Nascia naquele momento o chiclete, que foi se espalhar pelo mundo todo.Já ouviu falar no Chiclets Adams? É esse mesmo!

Os chicletes inicialmente eram preparados com a goma dessa árvore, depois sendo adicionados outros gostos, como o tutti-frutti.

Hoje em dia, essas resinas são sintéticas. Mas o Sapoti continua na avenida, desfilando seus frutos ricos em vitaminas B, C, cálcio, fósforo e ferro! Suas folhas e frutos tem propriedades medicinais e sua produção no Brasil é muito conhecida, principalmente no Ceará e em Pernambuco.

Dos seus frutos são produzidos doces, geléias, sucos e bolos. Sua madeira é utilizada na carpintaria e sua história se mistura a muitas outras. Uma mistura doce e perfumada.

O Jardineiro Beldroega.

“Que tititi é esse que vem da Sapucaí
tá que tá danado
tá cheirando a Sapoti…” (Samba enredo, Estácio de Sá – 1987)