O colóquio

Há algo na arte que nos cativa, cutuca nossa imaginação, amplia nossa percepção, nos leva por caminhos inesperados. Arte produzida pelos alunos, por artistas, arte que está nas ruas, nas escolas, nos museus, nas nossas casas, mas é preciso ter olhos para ver e um corpo todo sensível para que os sons, os gestos e movimentos, as vozes, as formas, as cores nos capturem.

Encantar é cativar, é promover encontros, é deixar que o estranhamento possa ser sentido. Como professores ou como familiares, nossa primeira tarefa é nos deixarmos encantar pela arte e cultura. Primeiro somos nós. Precisamos estar abertos à experiência que se tornará estésica, justamente porque é contrária a anestesia que vivemos cotidianamente.

Como provocar experiências sensíveis e encontros com a arte? Conceitos como o de estesia, da pedagogia da escuta, de nutrição estésica e da mediação cultural abrirão diálogo para refletirmos de modo interdisciplinar sobre estas questões e potenciais relações entre linguagens e o pensamento visual, sonoro, gestual focalizando processos de criação de educadores e de aprendizes.

Mirian Celeste

Docente do Curso de Pós-graduação em Educação, Arte e História da Cultura e do Curso de Pedagogia na Universidade Presbiteriana Mackenzie onde coordena os Grupos de Pesquisa: Arte na Pedagogia/GPAP) e Mediação cultural: contaminações e provocações estéticas/GPeMC. Foi professora do Instituto de Artes/Unesp. Presta assessoria a instituições educacionais e culturais e publicou livros e inúmeros artigos, dentre eles: Pensar juntos mediação cultural: [entre]laçando conceitos e experiências (Terracota, 2018) e em co-autoria: Teoria e prática do ensino de arte: a língua do mundo (FTD, 2010). Tem formação em Artes Visuais com doutorado pela Faculdade de Educação/USP (1999) e mestrado pela Escola de Comunicações e Artes – ECA/USP (1992).