Exercício de ser criança
Os Encontros de [link id=”898″ text=”Educadores Brincantes“] acontecem ao longo do ano e fazem parte do [link id=”191″ text=”Circulo da Infância”].
E no sábado 22 de agosto será de vivência em “Teatro de Bonecos Populares” com ênfase no Mamulengo e o condutor do processo é Jorge Gonzaga (Gim), a oficina vai acontecer de 9:30 até 12:30 h.
O objetivo da vivência é levar o participante a conhecer os saberes e os fazeres dos grandes mestres dessa intrigante escola brasileira de teatro popular e assim penetrar nesse mistério através do contato direto com os bonecos e exercícios simples de manipulação. O boneco é um ser vivo. Trás em si um mistério. Construído às vezes, segundo nossa imagem e semelhança é capaz de criar um mundo distante do nosso, arbitrário e poético, particular e autônomo.
Público alvo: acima de dez anos.
Conteúdos
Apresentação do oficineiro: quem é, o que faz e como faz. Breve resumo da história do boneco no Brasil. Apresentação da bibliografia: livros, revistas, teses e artigos sobre o assunto: mamulengo.
Exibição de vídeos e fotos de bonecos dos espetáculos de mamulengo, destacando os principais mestres ainda vivos: Saúba, Zé de Vina e Zé Lopes e os grupos de teatro de boneco popular que foram influenciados pelo mamulengo: Infantocata, Bonecos Contadores de Histórias, Inventor de Sonhos, Sandro Roberto e Maria Madeira.
Apresentação da coleção de bonecos da Cia Infantoca criados por Celso Ohi e Jorge Gonzaga e mestres do mamulengo.
Exercícios de manipulação com os bonecos.
O teatro de bonecos desde os primórdios teve a sua verdadeira natureza revelada em contato direto com o público das ruas, das praças e das feiras. Nos relatos de espetáculos de teatro de bonecos nos tempos dos vice-reis já podemos observar a sua importância como mediador popular num mundo cheio de proibições e punições. Nos relatos do historiador Luís Edmundo encontramos espetáculos sendo apresentados nas quermesses, feiras e até em casas de subúrbio onde a metade da porta era serrada para transformar-se num espaço de performances com bonecos para os transeuntes. Conhecidos como “Teatro de Bonifrates” na ausência de palcos e casas de espetáculos essas ingênuas encenações com títeres invadem as ruas e fazem a alegria tanto dos ambulantes, vagabundos e escravos que param boquiabertos para assistirem as “pancadarias” dos títeres desbocados e iconoclastas, como também de gente de “meia de seda e punho de ouro” que esperam ansiosos a “bexigada final” para explodir de rir e “escorregar sua contribuiçãozinha”. Por analogia, não existem registros que provem isso, podemos supor que nosso mamulengo tem aí sua origem.
Jorge Gonzaga
Nasceu em Volta Redonda – Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 1945. Estudou na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA-USP, mas trancou o curso.
Fundou juntamente com Celso Ohi e Suely Endo, a Cia. de Teatro de Boneco Infantocata, após quatro anos de viagens pelo norte e nordeste do Brasil, onde conheceu de perto o teatro de mamulengo e a riqueza da arte popular da região.
De volta ao Rio de Janeiro, fundou o Centro de Estudos do Teatro de Animação Popular – CETAP, hoje desativado por falta de sede própria.
Aém de ator profissional, Jorge é poeta, artista plástico e também dramaturgo. Trabalhou durante muitos anos produzindo bonecos para o diretor e dramaturgo João Siqueira.
Escreveu e, ou adaptou todos os textos montados pela Cia, Infantocata. Estudou História do Teatro de Bonecos com Magda Modesto, Teatro de Animação com Felisberto Sabino, Dramaturgia com Sergio de Carvalho da Cia do Latão, os dois últimos, professores do curso de Artes Cênicas da USP.
Atuou como delegado sindical pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões – Sated – Rio de Janeiro, na região Sul Fluminense nos anos 1990 e produziu Mostra Sated-Rio de Teatro.
Já como produtor independente produziu a I e a II Mostra de Teatro de Bonecos e Formas Animadas de Volta Redonda e a Mostra Carioca de Teatro de Bonecos.
Atualmente escreve artigos para a revista especializada “Barraca de Mamulengo” editada em Campinas – São Paulo. Ministrou várias oficinas por todo o Brasil. Em abril de 2015 participou da “Vivência com Sombras Humanas” com o diretor Fabrizio Montechi, da Cia. Gioco Vita de Florença – Itália, no II Festival Internacional de Sombras em Taubaté –SP.
A colaboração para participar do encontro é de 60 reais.
tear@institutotear.org.br ou ligue para o Tear 55 21 32383690.
Link para a página: https://institutotear.org.br/1314