Ilo Krugli e o Teatro Vento Forte
Diretor, ator, escritor, educador, artesão, bonequeiro, dramaturgo, cenógrafo, figurinista, compositor, carpinteiro, iluminador, artista plástico, bordadeiro. Um inovador, formador de muitos outros artistas e um apaixonado pelo imaginário infantil. Ilo Krugli começou a ensinar na Escolinha de Arte do Brasil, em 1963. Junto com Pedro Dominguez, iniciou o seu curso de teatro de bonecos, frequentado por muitos artistas, entre as quais Lucia Coelho, Silvia Aderne, Laís Aderne, e Cecília Conde.
Chegou no Rio de Janeiro (Central do Brasil) em 1961, para encontrar com Augusto Rodrigues na Escolinha de Arte do Brasil. Trazia nas mãos o livro de Hebert Read e no coração o poeta Garcia Lorca.
A História do Barquinho é um canto à liberdade e foi criado um pouco antes de 64, “ fazíamos com os alunos, então é a liberdade, querer ser livre e passar por tempestades e voltar a renascer e ficar junto com quem se ama, soltar as amarras”.
“Histórias de Lenços e Ventos”, de 1974, estava impregnado com a forte experiência vivida no Chile com a morte de Allende.
“Nessa época, a gente viaja para o Festival de Curitiba e todo mundo se encantou com o espetáculo que se chama Histórias dos Lenços e Ventos” que deflagra o grupo Vento Forte. Fizemos no Museu de Arte Moderna (…) É uma catarse coletiva! Nunca imaginei uma coisa dessas e nem estava preparado para isso. Durante um ano passaram mais de cem mil pessoas. Teve uma época que chegamos a fazer três espetáculos por dia. Uma catarse em cima desse momento que estava se vivendo.” (Trecho da entrevista concedida ao Tear)
Ilo Krugli é o fundador do grupo de Teatro Ventoforte, sediado primeiro no Rio de Janeiro e a partir de 1980 em São Paulo. O grupo adota o nome devido à crítica positiva de Ana Maria Machado ao teatro infantil. São mais de 40 prêmios ganhos ao longo de três décadas, 30 peças, inúmeras viagens por países da América Latina, Europa e Estados Unidos.
No trabalho de Arte/Educação seu ponto de partida é a expressão, em um trabalho contínuo de criação, de improvisação, buscando abrir a sensibilidade e o auto-conhecimento.
“As pessoas saem das escolas sabendo mexer com materiais, não sei se sabem tanto ter a percepção da criança e dos jovens. Não sei… Acho que nem deve ter muita prática em cima disso! Acho que fazem muitos trabalhos massivos… Eu detesto a palavra ”técnica”. Agora eu vou dar aula de técnica de não sei o que, de exercícios. E te abrem as marcações. É um movimento expressivo e não é tão caótico, não é o que pinta. Há processos, há exigências, uma certa profundidade, um acúmulo de experiências. Como se expandir a ideologia se continuar sendo apenas a realização das experiências artísticas e não abrir…”
Veja esta roda de entrevista que conta um pouco deste processo :
Outras referências para navegar :
Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude
Enciclopédia Itaú Cultural
A História do Barquinho
Saiba mais sobre a serie “Memórias da Arte/Educação”