Nos fundos da casa que habita o Tear, é guardado um espaço de cultivo de si e da terra, onde o encantamento da brincadeira faz brotar universos.
Quando caía a noite, a andorinha e o morcego se encontravam pra papear. Essa amizade curiosa, que mistura noite e dia, havia começado em meados do mês de junho, lá no norte do Brasil.
Enquanto a andorinha voltava para o ninho, o morcego saía da toca pra esticar as asas e saudar a lua. Um, acabara de jantar e comera uma dulcíssima sobremesa, o outro, ia em busca do café da manhã.
Esbarraram-se num voo distraído sob a densa folhagem de uma árvore de quase dez metros. Desculparam-se, apresentaram-se, e descobriram que tinham gostos em comum.
O que a andorinha buscava com o sol
o morcego, a noite viu.
Naquela frondosa árvore,
os dois comiam o abiu.
Era árvore bem comprida,
Que morava num quintal
O abieiro, popular no Norte
É nativo da Amazônia Central
Morcego e andorinha são espertos
e o papo, produtivo.
Aprenderam, que da semente
um óleo pode ser extraído
Esse óleo, eles disseram
cura até inflamação.
O abiu também ajuda
a sarar desnutrição
Era então no entardecer, que os voadores se encontravam pra colocar o papo em dia.
Além de dividirem o voo, o abiu que um comia, o outro também queria.
Abelha Mandaçaia.